11.17.2007

Adultez

O MAIOR DE TODOS OS SONHOS

OBJECTIVO
Falar sobre a fase da vida que está mais próxima aos jovens. Ter conhecimento de como se pode viver com amor esta fase da vida.

MATERIAL
Para a dinâmica será necessário papel e caneta para cada elemento. Pode, também, utilizar-se fotos que caracterizem a fase da adultez (por exemplo, alguém a trabalhar ou um casal com filhos)

SUGESTÃO DE MÚSICAS “O sonho é” de Lúcia Moniz “Quando o sopro de uma jura” de Mafalda Veiga”

SUGESTÃO DE FILMES “Um Feliz Natal” “Big”


EXPERIÊNCIA HUMANA
Enfrentar uma decisão é uma das coisas mais difíceis na vida mas, também essencial. Precisamos definir um rumo para a nossa vida. É na juventude que, muitas vezes se tomam as decisões mais importantes e se planeia o futuro. Casar ou viver sozinho, ter ou não filhos, escolha da profissão, são, entre outras coisas, aquilo que mais “invade” os nossos pensamentos.
Propõem–se, então, que cada jovem reflicta um pouco sobre o rumo que gostaria de dar à sua vida (deve ser feito por escrito para que mais tarde possam recordar quais eram os seus projectos de vida).
Depois da reflexão individual, juntam-se em grande grupo para partilharem os seus projectos de vida com os restantes elementos.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Dar a conhecer o modo como Jesus viveu enquanto adulto. Para ajudar a desenvolver este tema, temos o exemplo do texto que se segue.

“ O maior de todos os sonhos "
Logo após o encontro com João Baptista, Jesus retornou para a Galileia e começou a discorrer, de sinagoga em sinagoga, sobre a sua missão. Os homens deliravam com a sua eloquência. A sua fama alastrava como fagulha na palha seca.
Então, foi até Nazaré, entrou na sinagoga e discursou publicamente sobre alguns dos seus mais belos sonhos. O seu projecto era espectacular. Na plateia, estavam os homens que o viram crescer. Certamente não dariam muito crédito às suas palavras, não valorizariam o plano transcendental do carpinteiro.
Não era o melhor lugar para Ele dizer as coisas centrais que ocupavam os seus pensamentos. Mas Ele ia sempre contra a lógica. Definitivamente, não tinha medo de ser rejeitado, a crítica não o perturbava. Na plateia também estavam os seus jovens discípulos e um grupo de fariseus desconfiado de tudo o que dizia.
Com grande convicção, Ele elevou a voz e disse palavras que provocaram encanto e espanto. Disse que estava nesta terra para proclamar a libertação aos cativos, restaurar a vista aos cegos e pôr em liberdade os oprimidos (Lucas 4, 18). Inferiu que a sua real profissão não era ser um carpinteiro, mas um escultor de alma humana, um libertador do cárcere do medo, da ansiedade, do egoísmo. Queria libertar os cativos e os oprimidos. Também queria libertar os cegos, não apenas os cegos cujos olhos não vêem, mas também aqueles cujos corações não enxergam. Os cegos que têm medo de se confrontar com as suas limitações, que não conseguem questionar qual é o seu real sentido da vida. Os cegos que são especialistas em julgar e coordenar os outros, mas que são incapazes de olhar para as suas próprias fragilidades.
A plateia ficou chocada. Quem era aquele homem que se colocava como carpinteiro da emoção? Não parecia o mesmo menino que tinha crescido nas ruas de Nazaré. Não parecia o adolescente que seguia os passos de seu pai, nem o homem que suava a carregar os pesados toros de madeira.
Eles não entenderam que o menino que brincava nas cercanias de Nazaré não só era inteligente, mas crescia em sabedoria e se tornava, pouco a pouco, um analista da alma humana. Não faziam ideia de que o homem que se formara naquela pequena cidade tinha mapeado a personalidade humana como nenhum pesquisador da Psicologia e se tornara o Mestre dos mestres. Ele não conheceu apenas os nossos erros e defeitos exteriores, mas também analisou o funcionamento da nossa mente e compreendeu como as nossas mazelas psíquicas são produzidas no secreto do nosso ser. Só isso explica por que foi tão tolerante com as nossas falhas, por que deu a outra face aos seus inimigos, por que nunca deixou de dar oportunidades ao inseguro e ao incauto, por que nunca desistiu de perdoar…
Quando terminou o seu discurso na sinagoga de Nazaré, os homens, instigados pelos fariseus, enfureceram-se. Levaram-no para fora, arrastado, e queriam matá-lo. Mostraram que eram escravos dos seus preconceitos, que eram cativos e cego.
Os seus discípulos ficaram assustadíssimos. Começaram a entender o tamanho do problema em que se tinham envolvido.
Jesus vendia o maior de todos os sonhos, o sonho de uma alma arejada, saudável, livre, feliz. Queria ajudar o ser humano a quebrar os grilhões dos conflitos que controlavam e sufocavam a psique. Mas quem estaria disposto a ser ajudado?
As suas ideias perturbam a Psiquiatria e a Psicologia modernas. Ele disse que precisamos de gerir os pensamentos e não gravitar em torno dos problemas do amanhã. Ele focava as flores, contemplava-as e dizia que devíamos procurar a grandeza das coisas simples. Mas quem queria libertar o território da sua emoção das ansiedades da vida?
Certa vez, Jesus levantou-se, numa festa em que o clima era tenso, pois estava para ser preso e, desprezando o medo, convidou as pessoas a beber da sua felicidade. Nunca ninguém foi tão feliz em terra de infelizes. A morte rondava-o e Ele homenageava a vida. O medo cercava-o, mas Ele estava mergulhado num mar de tranquilidade.
Que homem é este que é apaixonado pela vida mesmo quando o mundo está a desabar sobre Ele?
O seu discurso nessa festa foi relevante e complexo. Afirmou que os que cressem nele teriam acesso a um rio de águas vivas que fluiria do seu interior. Queria mostrar que o sonho da felicidade passava por um constante estado de renovação emocional no qual não haveria tédio, angústia, rotina. O prazer seria inesgotável, mas não estável ou estático. Mostrava que era possível plantar flores no deserto, destilar orvalho na terra seca, extrair alegria das frustrações. Não bastava ser eterno, Ele queria que cada ser humano encontrasse uma felicidade borbulhante.
O Vendedor de sonhos deixava perplexos os seus ouvintes, não importava se eram seguidores ou perseguidores. A escolta de soldados que estava incumbida de prendê-lo ficou paralisada. Quem consegue aprisionar um homem que abala os pensamentos? Quem consegue amordaçar um vendedor de sonhos que liberta a emoção? Os soldados partiram de mãos vazias.
Os líderes de Israel que os enviaram ficaram indignados. Inquiridos por que não o prenderam, os soldados reponderam: «Nunca alguém falou como este homem». Eles foram libertados no seu espírito, desejaram ansiosamente da felicidade sobre a qual Ele discursara.
Não foram os seus milagres que mudaram a história da Humanidade. Foram os seus sonhos. Jesus Cristo tem feito biliões de pessoas sonhar ao longo dos séculos. Foi o maior Vendedor de sonhos da História. Sob o clima dos seus sonhos, todas as pessoas têm encontrado esperança no caos, paz nas tormentas, refrigério no árido solo da existência. Sob o toque dos seus sonhos, mesmo os que não passaram por turbulências encontraram algo tão procurado e tão difícil de ser encontrado: o sentido da vida…”

(Tema Desenvolvido por Cláudia Mendes, paróquia de Oliveira do Douro)